quarta-feira, 18 de junho de 2014

Editorial do Presidente: O Patrão

             O exercício de liderança, em qualquer instância social, apresenta elementos importantes para a realização ou para o crescimento pessoal de qualquer cidadão. De todas as posições de liderança na estrutura do Movimento Tradicionalista Gaúcho a de patrão de entidade é a que mais pode realizar um tradicionalista. É na entidade que se faz a tradição (no conceito de transmitir cultura de uma geração à outra).

          Ser patrão de uma entidade, especialmente daquelas que tenham sede própria e os vários departamentos em funcionamento (artístico, campeiro, esportivo, cultural) é também um grande desafio, pois não basta querer e ter boa vontade, tem que poder e dispor de tempo, de muita paciência e de, não raras vezes, usar do próprio dinheiro para pagar contas e despesas da entidade.

          Arrisco-me a afirmar que nenhum tradicionalista terá plenas condições de aquilatar o Movimento, de dar parecer com precisão, de avaliar a ação de outras lideranças, se não exercer a função de patrão de entidade. Não de qualquer entidade, mas daquelas que tem muitos sócios, atividades diárias e contas a pagar no final do mês. Se alguém é, ou foi patrão de entidade que faz eventos grandes, que realiza rodeios, que leva grupos de danças para rodeios ou para o ENART, que participa ativamente do Aberto dos Esportes, e assim por diante, aí sim poderá melhor dar parecer, criticar e apontar caminhos mais seguros para outros líderes do MTG.

          Tradicionalistas (alguns nem isso são) que emitem opinião, dizem como, quando e de que forma deve ser feito, criticam, julgam, muitas vezes ofendem, sem jamais terem exercido qualquer função de liderança em que tenha sido necessário gastar do próprio bolso, que nunca tiveram que resolver querelas entre associados, que nunca tiveram que buscar parceiros e patrocinadores para garantir sucesso de eventos da entidade (não para si mesmo), esses não contam! Esses que somente veem o próprio umbigo não podem ser mais importantes, mais necessários para movimento do que os patrões.

          O Movimento Tradicionalista Gaúcho está completando quase 70 anos de existência e chegou até aqui graças ao trabalho dos patrões, dos coordenadores, dos conselheiros, dos capatazes, dos presidentes, ou seja, de todos aqueles que deram de si. Que serviram. Que se dedicaram para o bem dos outros e das suas entidades. Não posso crer que o MTG alcançou o patamar que hoje ocupa por conta daqueles que sempre, e a todo momento, se servem do Movimento, cobram para fazer “tradição”, se acham os tais, posam de artistas para exigir isso e mais aquilo, que vivem às custas das promoções dos CTGs.

          Por tudo isso, reafirmo a minha convicção de que os patrões de entidades são as nossas mais importantes lideranças. A eles meu respeito e meu reconhecimento. A eles o crédito do sucesso do Movimento.


          Aos patrões uma mensagem direta e reta: não se deixem abater pelas críticas e cuidem para que suas entidades sejam santuários da tradição. 

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