domingo, 22 de junho de 2014

Carreteiros de Horizonte reinaugura galpão com grande festa

 A história do CTG Carreteiros de Horizonte

         O CTG Carreteiros de Horizonte começou seus 49 anos de história num dia 20 de setembro, como tantos. O ano era 1964. Um grupo de pessoas realizou uma cavalgada pelo centro da cidade de Horizontina, em homenagem ao tradicional dia do Gaúcho. A partir deste dia, este grupo resolveu fundar um CTG, para zelar pelas tradições do Rio Grande do Sul, sua história, costumes e cultura, divulgando e transmitindo às gerações presentes e futuras os hábitos de seus antepassados.
          Na falta de uma sede própria para os encontros e reuniões, o pároco, Dom Amadeum Brot, cedeu as dependências do antigo salão paroquial da Igreja católica para o grupo dançar, tocar músicas, cantar, contar causos e cartear. A fundação oficial do CTG aconteceu no dia 19 de junho de 1965, com a doação do atual terreno onde está o galpão, pela família Scherer, para a construção do primeiro Centro de Tradições Gaúchas com sede e foro jurídico na cidade de Horizontina. O primeiro Patrão do CTG Carreteiros de Horizonte foi o Sr. Alberi Diniz, seguido por Ademar Ferreira Canabarro, Adão Canabarro Prestes, Ataide José Boeno, João Beraldo da Silva Motta ( falecido), Elvido Reckziegel, José Baromeu Boles da Motta (falecido), Edison Atunes de Almeida, Antônio Reck, Edo Godoy, José Décio Pereira da Silva, Ervino Alves da Silva, Paulo de Tarso Pereira, Eloi Miguel Tiecker, Evandro Carlos Coitinho, Gilmar Quintilhano da Silva, Ailton Quintino de Lima. João Luis Bertoletti e atualmente Valmor Alfredo Dreher (2004/2014).
           Na ocasião da inauguração do primeiro galpão da entidade foi escolhida a 1ª prenda do CTG, Eva Mazurkiewicz. Eva também foi a 1ª Prenda das Missões, gestão 1970/1971, quando o CTG Carreteiros de Horizonte ainda fazia parte da 3ªRT. Em função de reestruturação e organização das regiões, em 1975, o CTG passou a integrar a 20ª RT.

               Faz parte dos departamentos do CTG Carreteiros de Horizonte a invernada campeira, que conta atualmente com 13 piquetes filiados à entidade. Desde de 2006, os Festejos Farroupilhas contam com a participação mais efetiva da população, em um acampamento nas dependências do CTG, onde os visitantes cultivam as tradições do estado nos ranchos instalados no terreno do CTG, com rodas de chimarrão, cafés campeiros e churrascadas. Com a participação de piquetes e apreciadores das lides campeiras, acontecem várias cavalgadas durante o ano inteiro, porém a mais importante por sua simbologia é a cavalgada de busca da chama crioula, que acontece na semana anterior aos Festejos Farroupilhas, trazendo o fogo que mantém o tradicionalismo vivo em nossa entidade e município.
        A entidade, hoje, tem em torno de 600 associados, com uma mensalidade de R$12,00, uma área de 6.000m² e seu departamento artístico conta com quase 1% da população de Horizontina em suas invernadas dente de leite, mirim, juvenil, adulta e xiru, além de contar com um grupo especial de crianças carentes que estão sendo incluídas nos grupos através de uma escolinha.
 A reconstrução
       
         No ano de 2004, Valmor Dreher, atual patrão, foi procurado e convidado a voltar ao CTG, onde viu suas filhas crescerem, Daiane e Vanessa, pois o galpão estava em precárias condições e, o terreno, sendo loteado para reformas do galpão. Foi então que tomou uma decisão, considerada por muitos como uma loucura: “Vamos unificar o terreno do CTG, derrubar este galpão e reerguer o Carreteiros, como ele merece, como a comunidade merece” – Falou em seu discurso. “Trabalharemos em equipe, um ajudando o outro. Está chegando aqui um caçador de fofocas” – intimou Valmor, aos que quisessem seguir com ele e com o projeto.
               Com as senhoras Lisete Friske e Brigida Heck, da Lucano Cultura e Marketing, fizeram um projeto de lei de incentivo federal, a Lei Rouanet, com valor superior à R$1.200.000,00 e encontraram na empresa John Deer, a mais forte parceira para a construção da nova sede. Outras parcerias vieram junto atendendo ao chamamento. Ao lado de sua esposa, Eliane Carvalho Dreher, suas filhas, e de sua patronagem, Valmor não hesita em dizer: “O melhor resultado é fruto das melhores equipes. O sucesso de qualquer empreendimento passa por uma equipe bem organizada, com poderes delegados, e confiança mutua” – completa.
 A reinauguração

                    A festa de reinauguração contou com um belíssimo trabalho das equipes do CTG. OS Monarcas foram contratados para abrilhantar a festa. Uma cavalgda foi buscar a chama em São Sepé, cumprindo uma promessa feita ainda no século passado (matéria em destaque). 
                   A presença maciça das forças vivas da cidade valorizou o evento: Nildo Hickmann, prefeito de Horizontina, Alessandro dos Santos, presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Gladimir Ames, gerente de fabrica da John Deere,  Unidade de Horizontina, Jesus Garrido, diretor da plataforma de fabricação e implementos da John Deere, de Monterrey no México, Luis Perocchin, gerente de recursos humanos da John Deere, Alexandre Giordani,  gerente do Banco do Brasil, Giulio Ariel Menin, 3º Guri Farroupilha do Rio Grande do Sul, Lisete Friske e Brigida Heck da Produtora Lucano Cultura e Marketing, Felipe Johann, Sota-Capataz do CTG, braço direito do patrão Valmor, Danielle Schirmann, coordenadora cultural, Vânia Janete, Vitancourt, coordenadora artística e Jessica Zimermann, 1ª Prenda da casa.

A cavalgada da chama
Uma tragédia. Uma promessa. A palavra empenhada levou a uma cavalgada de mais de 350km.

A história desta cavalgada, de busca da chama, começa no século passado, em 1986, quando, depois de uma tragédia envolvendo o veterinário da cidade de Horizontina, Silvio Miguel Silveira da Silveira, o “tio Padrinho”, veterinário e ginete. De férias, estava na estância de seus pais, na cidade de São Sepé, e saiu durante a noite para camperear e fazer ronda, visto que o roubo do gado e ovelhas era uma constante naquela época. Nesta madrugada, dia 30/12/1986, ele foi alvejado e faleceu.

Segundo José Motta, líder da equipe de cavalarianos, que buscou a chama em São Sepé, o “nego Beto”, como era conhecido, empenhou-se em organizar uma cavalgada, mas desde de 1986, nunca se enquadrou. Mas ele vivia cobrando. Foi então que, em 2011 o “nego Beto” faleceu vitima de um acidente, ficando José Motta encarregado de cumprir o que foi prometido há 28 anos. Fizeram parte da cavalgada: Ademir Meirelles, Álvaro Callegaro, Aleksander Hirt, Clóvis Gonçalves, Daniel Sartor, Felipe Johann, Glênio Silva, Houssan Fadel, Jeferson Bieger, João de Moura, José Alfredo da Motta, Júlio Bernardi, Mário Cavalheiro, Milton Manjabosco, Sadi Servat, Valtemir Alegranzzi e Vinicius Segato.

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